Megatrends
The most influential Megatrends set to shape the world through 2030, identified by Euromonitor International, help businesses better anticipate market developments and lead change for their industries.
Learn MoreApós dois anos consecutivos de queda, o volume de vendas da indústria brasileira de eletrodomésticos cresceu 2,8% em 2017, atingindo um patamar de vendas de 96,4 milhões de unidades.
O segmento dos eletrodomésticos foi um dos mais impactados pela crise. Somente entre 2013 e 2016, 10 milhões de unidades deixaram de ser vendidas – equivalente ao mercado inteiro de eletrodomésticos de Portugal, por exemplo. Contudo, o segmento reagiu e fechou 2017 com um volume de vendas similar ao de 2012. O desempenho, entretanto, não foi suficiente para recolocar o Brasil no ranking global. O país, que já chegou a ser o terceiro maior mercado do mundo em 2014, caiu para a 5ª posição e deverá mantê-la até 2022.
Os 10 Maiores Mercados de Eletrodomésticos do Mundo em 2017 (em milhões de unidades)
Houve uma retomada de vendas da linha branca de eletrodomésticos (que inclui produtos como fogão, geladeira e máquinas de lavar), segmento mais impactado pela crise, que cresceu 4% em 2017. O que vimos nos últimos anos não foi uma questão de desinteresse por parte do consumidor nesses tipos de produtos, mas sim uma adequação do orçamento por conta da crise. A retomada da economia associada ao cenário de juros mais baixos e maior disponibilidade de crédito deverão favorecer justamente as vendas dessas categorias que mais sofreram na crise. O consumidor deve voltar a investir em produtos com maior funcionalidade, como é o caso das máquinas de lavar automáticas, e também substituir itens que ele vinha postergando por conta da crise, como é o caso de fogões e geladeiras.
Destacamos o crescimento das máquinas de lavar semiautomáticas, aquelas que não possuem capacidade de centrifugação e popularmente conhecidas como ‘tanquinhos’, que apresentaram uma alta taxa de crescimento, de 15%. O consumidor, principalmente aquele de renda mais baixa e bastante impactado pela crise econômica, passou a buscar alternativas mais baratas. Apesar desse produto não ter a centrifugação, em regiões quentes e ventiladas, como no Norte e Nordeste, essa não é uma funcionalidade essencial e o modelo semiautomático oferece um custo-benefício bastante interessante. Para se ter ideia, o custo de uma máquina automática gira em torno de R$1,200 enquanto o valor da semiautomática cai para R$400.
Segundo dados da Euromonitor International, o volume de vendas dos eletrodomésticos deverá crescer 1,5%, atingindo um patamar de 97,9 milhões de unidades. Esperamos que com a melhora da expectativa dos brasileiros em relação a situação econômica, eles passem a comprar produtos que exigem um investimento maior, como é o caso dos eletrodomésticos. Há uma demanda reprimida por parte daqueles que optaram adiar a troca dos produtos e também de consumidores que optaram por comprar itens mais barato por uma questão de necessidade imediata, o que deve impulsionar as vendas nos próximos anos.