Embora não seja tradicionalmente uma data brasileira, a Black Friday foi adotada pelos varejistas há alguns anos para incrementar os ganhos em um mês sem muito consumo e a estratégia foi assertiva.
Hoje, a data é um dos principais eventos do varejo no Brasil, comparável até mesmo com o Natal. A intenção de compra pra esse ano chega a níveis históricos, com a maioria esmagadora dos brasileiros querendo adquirir algum produto no dia 29 de Novembro.
Abaixo, listamos 4 grandes tendências que vão ditar o perfil de compras em uma das maiores datas do varejo brasileiro.
Mobile ganha relevância
Os smartphones tornaram-se um símbolo de status. A popularidade das mídias sociais e o desenvolvimento do comércio móvel contribuem para a posição cada vez mais central da estratégia digital.
O Brasil alcançou a marca de 138 milhões de usuários de internet em 2018, 76% destes exclusivamente via subscrição de internet móvel, segundo dados da Euromonitor International. Compras via aplicativos tem sido cada vez mais relevantes e a Black Friday deste ano deve ser mais equilibrada entre desktop e mobile. Os líderes de varejo investiram em experiências de multifuncionalidade e compras no aplicativo, promovendo produtos e promoções específicos do canal. A expectativa é de que a relevância das compras no aplicativo aumente este ano durante a Black Friday. Segundo pesquisa promovida pela Méliuz, principal empresa brasileira de cashback, este ano, 43,2% das pessoas pretendem pesquisar e comprar usando notebook/desktop, enquanto 27,2% devem fazer o processo por smartphone. Quem pesquisa no smartphone e finaliza a compra no notebook chega a 21,4% e 8,2% pretendem fazer o oposto: pesquisar no computador e comprar no celular.
Omnicanalidade tem status essencial
A cada edição os consumidores estão mais exigentes e bem informados, e esperam que os varejistas possam oferecer os mesmos descontos nas lojas físicas. A integração de canais, foco dos principais players em 2018, deve desempenhar um papel fundamental na Black Friday deste ano.
Pela primeira vez na história do evento no país, o número de consumidores com intenção de comprar no varejo físico deve se igualar ao daqueles que querem comprar online. Cerca de 37% dos entrevistados disseram que compram apenas em lojas físicas e 38% apenas na internet, segundo uma pesquisa da Google no Brasil.
De acordo com o Lifestyles Survey da Euromonitor em 2018, 35% dos consumidores colocam como maior motivador para as compras online a possibilidade de poder comprar em qualquer momento, em qualquer lugar. A questão do frete também pesa na decisão, com 45% dos respondentes colocando a entrega grátis com relevância, o que pode ser resolvido por meio do click-and-collect.
Produtos e viagens em foco
Novamente, os principais produtos procurados na Black Friday vão ser os smartphones, eletrônicos e aparelhos de mídia e eletrodomésticos, dado o ticket alto que esses itens costumam ter no decorrer do ano. Apesar disso, espera-se uma expansão em categorias de produtos de menor relevância, como roupas, calçados, cosméticos e casa e decoração, que aumentam sua participação no varejo online tanto na Black Friday, quanto no ano todo.
Outro setor que ganha destaque durante a data é o de turismo, que aproveita para ofertar aos clientes passagens, hospedagens e pacotes a preços bastante inferiores aos comumente praticados, optando por datas pré-definidas de baixa temporada, onde tradicionalmente há um volume baixo de demanda, e usufruem de um mercado de turismo online que está previsto para crescer em 35% em 2019.
Experiência, confiança e formas de pagamentos como fatores determinantes
Embora façam planejamento e monitoramento de preços antes da data para não se deixar levar por ofertas não tão atraentes quanto parecem, não é apenas o desconto agressivo e o preço baixo que determinam se um consumidor escolhe ou não fazer uma compra. O oferecimento de múltiplas formas de pagamento, embora o cartão de crédito ainda seja a predileta, e a possibilidade de parcelamento sem juros vão contribuir fortemente na hora da escolha.
A entrega é outro fator decisivo para a compra. Muitos consumidores abandonam o carrinho em função do preço do frete e do tempo de entrega do produto, sinalizando aos varejistas a necessidade de pensar soluções logísticas mais eficientes. Isso inclui a opção de retirar na loja, que ganha cada vez mais força junto aos consumidores que não querem pagar frete, não têm como receber o produto no domicílio ou que não têm seu CEP atendido pelos serviços de entrega.
Existe também a preocupação com a reputação do varejista. Falhas na entrega dos produtos e consumidores vítimas de fraude ao comprar no ambiente online do varejista acendem sinal amarelo para quem está à procura de ofertas. A expectativa de que os varejistas tenham operações robustas para suportar o alto volume de acessos simultâneos aos seus ecommerces e conseguir levar a cabo todas as entregas dentro do prazo estipulado no momento da compra também é levada em consideração.
Nesse sentido, a percepção de confiabilidade das transações, variados métodos de pagamento e melhor custo-benefício na entrega são fatores que, aliados aos descontos agressivos e preços mais baixos que os praticados ao longo do ano, serão decisivos para atrair (e mesmo fidelizar) o consumidor nessa data já tão importante para o calendário do varejo no Brasil.
Para saber mais sobre a indústria de varejo no Brasil, acesse o nosso relatório ‘Retailing in Brazil’.